No livro I das Histórias Heródoto relata as aventuras de Croesus, rei da Lydia e de Cyrus, rei dos Persas. Certo dia, Croesus recebeu a visita de Solón, legislador de Atenas e lhe perguntou quem era o homem mais feliz do mundo. Solón respondeu que era um ateniense chamado Tellus, próspero e saudável, que sofreu uma morte honrosa no campo de batalha e teve, por isso, um funeral público. Croesus não ficou satisfeito com a resposta, porque nutria o desejo de que Solón, ao ver suas riquezas e tesouros, terminasse por julgá-lo o homem mais feliz do mundo. Não se dando por satisfeito, Croesus repete a pergunta, querendo saber quem era o segundo homem mais feliz. Solón responde que foram dois jovens de Argos, Cleobis e Biton, que viveram confortavelmente e eram muito admirados por sua força e caráter. A morte deles também foi gloriosa, ao carregarem um carro de boi com homenagens a Hera por 6 milhas, até o seu templo. O funeral de ambos foi suntuoso e toda Argos lá compareceu.Croesus visivelmente contrariado com as respostas de Solón, lhe indaga sobre a sua própria felicidade. Solón lhe responde que o ser humano é basicamente uma criatura do azar. "Você", prossegue Solón se dirigindo a Croesus, "pode parecer muito rico e governar muitas pessoas, mas a questão que você me fez eu não irei responder, até saber que você morreu de maneira feliz." Mais adiante, Solón reitera o ponto: "Observe isso: até a pessoa morrer, mantenha a palavra 'feliz' em reserva. Até lá, ela não é feliz, apenas teve sorte". E, novamente: "Olhe o fim, não importa o que você esteja considerando. Freqüentemente Deus dá ao homem um vislumbre de felicidade, então posteriormente o arruína".
Croesus não teve prazer com a conversa entabulada por Solón, deixando-o com indeferença. Crente que era o mais feliz dos homens, Croesus se lança à conquista dos países vizinhos. Croesus, entretanto, é derrotado e preso por Cyrus, que decide queimá-lo vivo numa pira cerimonial juntamente com quatorze rapazes lydios. Enquanto as chamas se aproximam, Croesus murmurra amargamente o nome de Solón. Cyrus, curioso com tal atitude, o solta, ouve a história e o transforma, inicialmente em escravo e, posteriormente, em conselheiro. O irônico é que, no final do livro I Cyrus morre por obra de um conselho desastrado de Croesus.
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