A blogosfera é uma ferramenta essencial para quem quer fugir do factóide jornalístico. A recente polêmica da Folha com o termo "ditabranda" e ataques pessoais injustificáveis no debate público fez uma limonada na rede. Abaixo, palhinha do Descurvo sobre o assunto:
Em meio à repercussão de toda a celeuma da ditabranda, um fenômeno interessante que já ocorreu recentemente no Brasil tornou a dar as caras: O desfoque sistemático de um grande debate público. Quem acompanhou o caso DD sabe muito bem sobre o que eu me refiro. Naquela ocasião, diante da aberração jurídica cometida pelo presidente do STF, surgiu uma curiosa questão: O Estado policiesco. Se num instante, o debate pesava sobre o Presidente da nossa suprema corte, num segundo momento - e com alguma ajuda de certos setores da mídia - o debate passava a ser sobre a questão dos limites do poder de polícia do Estado e de direitos e garantias individuais, uma questão interessante, mas que no contexto e com a finalidade com a qual foi inserida, tinha finalidades espúrias - em um primeiro momento tirar o peso inicial da opinião pública dos ombros de Gilmar Mendes e num segundo momento desfocar o debate.
Ora, há quem possa exclamar que debater isso estaria em perfeita concordância com o caso DD, no entanto, os fatos apontavam claramente que não, na medida em que os direitos e garantias do então investigado - ora condenado - não foram ameaçados em nenhum momento, portanto, a questão do Estado policiesco não era um fato, mas sim um mero factóide.
No caso atual, não temos a Gazeta de Xapetuba D'Oeste fazendo um editorial favorável ao time local, mas sim o jornal mais vendido do nosso país fazendo um editorial onde suaviza o regime de exceção que vigorou por vinte e um anos por essas terras. Não é pouca coisa. Diante da reação justa e proporcional ao agravo por parte dos leitores, o jornal além de não ter se retratado enfaticamente, ainda lançou ataques pessoais contra dois dos mais ilustres acadêmicos a lhe fazerem críticas; o álibi? Um eventual silêncio que eles manteriam em relação ao sistema cubano. Daí, eu pergunto, o que teria a ver Cuba com o atual debate? Vai aí uma dica: O mesmo que o Tadjiquistão ou, em bom português, porra nenhuma. Enfim, estamos diante de mais um factóide.
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Você cavou um material muito bom, Fabian. Vou atrás deste blog.
ResponderExcluirOlá, Fabian, valeu por ter espalhado a ideia - encontrei teu blog em sentido contrário ao que a informação viajou hehe.
ResponderExcluirBlog bacana, abraços ;-)